segunda-feira, 21 de julho de 2008

VIOLAÇÃO DE CONDUTA

Friamente, um soldado do Exército de Israel dispara seu fuzil em um Palestino indefeso.
Leia a notícia da BBC na íntegra, abaixo, e o Vídeo, no MSN.notícias.

(Guila Flint De Tel Aviv para a BBC Brasil)
A ONG israelense de direitos humanos Betselem divulgou no domingo um vídeo filmado por uma menina palestina, no qual um soldado israelense parece atirar em um jovem palestino de olhos vendados e mãos amarradas.
A divulgação das imagens, que ganharam grande destaque em Israel, levou o Exército a prender o soldado que agrediu o palestino e abrir uma investigação sobre o caso. A Betselem entregou o vídeo a todos os canais de televisão de Israel. De acordo com a ONG, o vídeo foi filmado por uma adolescente palestina de 14 anos, que teria flagrado o incidente com uma câmera da própria Betselem, no momento em que o episódio acontecia em frente à sua janela.
De acordo com a ONG, a jovem cinegrafista mora em Nialin, um povoado perto da cidade de Belém, na Cisjordânia, que teve parte das terras confiscadas para a contrução da barreira israelense.
Seu vizinho, Abu-Rahama, de 27 anos, que teria levado o tiro do soldado, participava de uma manifestação contra a construção da barreira. Uma bala de metal revestida de borracha teria atingido a perna dele, que foi levado para o hospital.
De acordo com a radio pública de Israel, o soldado que atirou em Abu-Rahama foi preso nesta segunda feira, está sendo interrogado e deverá ser libertado depois do interrogatório. "Trata-se de um incidente sério, com graves violações das normas de conduta militares. Uma investigação foi aberta imediatamente depois do recebimento do vídeo", diz uma nota do Exército publicada nesta segunda feira.
No ano passado, a Betselem distribuiu cem câmaras de vídeo para palestinos em diversas regiões da Cisjordânia, especialmente em locais considerados mais sensíveis e nos quais o atrito entre a população palestina com tropas e colonos israelenses é maior. Em junho, a ONG divulgou outro vídeo mostrando abusos de direitos humanos contra palestinos, no qual se via um grupo de colonos israelenses espancando agricultores palestinos perto do assentamento de Susya, na região de Hebron, na Cisjordânia.
O cinegrafista israelense Israel Puterman, de 72 anos, também documenta violações de direitos humanos dos palestinos. Desde que se aposentou do trabalho na Companhia Elétrica de Israel, há sete anos, Puterman vem dedicando grande parte de seu tempo a gravar filmes sobre a situação dos palestinos na Cisjordânia. "É muito importante que o público em Israel e no exterior veja como o Exército e os colonos israelenses tratam os palestinos", disse Puterman à BBC Brasil.
Puterman fez cursos de filmagem e edição de vídeo e hoje divulga seu trabalho para os canais de televisão de Israel e no site da internet YouTube. Há quatro meses Puterman deixou a sua família extremamente preocupada, quando foi ferido em meio à filmagem de uma manifestação no vilarejo de Bilin, na Cisjordânia. "Um soldado atirou uma bala de borracha na minha perna, e acho que foi proposital. Eles (os soldados) ficam muito furiosos quando percebem que os incidentes estão sendo filmados", contou.
Puterman foi operado, a bala foi retirada, mas até hoje sua perna não voltou a funcionar normalmente, e talvez ele precise sofrer outra cirurgia. Mas já avisou às suas quatro filhas e aos quatro netos que, apesar do ferimento, não pretende parar de filmar na Cisjordânia.

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