terça-feira, 9 de agosto de 2022

DESPEDIDA DA MINHA RELIGIÃO

Os dicionários e o Google (dicionário moderno e dos preguiçosos) está eivado de definições sobre a palavra religião; mas não vou me ater à essa discussão e sim definitivamente assumir atitude crítica frente à minha religião: Católica, Apostólica, Romana!

Uma postura crítica que de nada adiantará, pois não irá mudar a casta estabelecida em Roma e muito menos terei força desde esta pequena página de internet para derrubar o Papa do seu trono.

Achei melhor, então, admitir: O Papa me derrotou!

Me derrotou alijando-me daquela igreja que ele comanda; me derrubou da religião católica, que assumi como minha religião aos 13 anos de idade, quando fui batizado por inciativa própria e não da forma usual, quando se é levado no colo para a pia batismal antes do primeiro ano de vida.

Assumi na adolescência o catolicismo como minha religião; e fui batizado; e fiz a primeira comunhão; e fui sacristão; e estudei no Seminário Maior de Teologia.

Agora fico ao lado de Quem? Do "santo" Papa? Que defende as ditaduras bárbaras do comunismo leninista e das teorias marxistas introduzidas na Teologia da Libertação?

Obviamente que meu lado é estar junto ao verdadeiro Cristianismo, embasados nas Palavras de Jesus Cristo, que sempre tem estado junto de mim; Daquele que deixou exemplos a serem seguidos na liberdade de Ser ou no desvio do Não-ser, pois a liberdade que nos foi dada pelo Criador é tão abrangente que poderemos inclusive negá-Lo.

Fico com quem se indignou com a mercantilização de bens e de idéias e «...expulsou a todos do templo, as ovelhas bem como os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai uma casa de negocio.» (João 2:15-16).

Pois foi o que se transformou a minha religião: uma casa de negócios; o Papa já negociou inclusive com os adeptos de Maomé, sem contar que a igreja católica é hoje composta de grupos de pessoas que são autômatos nas igrejas e ouvem seus bispos, através do discurso marxista, negar o seu próprio Deus.

Transformaram a igreja católica em casa de cambistas de ideias; vende-se de tudo esquecendo-se das contradições e dos absurdos de uma teologia da negação, que teimam em acreditar que liberta, usando para tal a pobreza e a miséria humana.

Como continuar convivendo sob a égide de um líder que ao mesmo tempo que prega a existência de Deus associa-se com Marx, que disse: "...a religião é o ópio do povo..." e "... Deus não existe!"

É impossível servir a dois senhores! E o Papa acredita existir dois senhores, pois desde jovem, no Seminário, professava a ideologia marxista através da teologia da libertação.

De minha parte existe um único senhor e nem Marx, nem a teologia da libertação (que na verdade escraviza e não liberta) me farão desacreditar no único Senhor deste e de todos os mundos.

Jorge Mario Bergoglio, Padre Argentino da Teologia da Libertação, foi eleito Papa em 13 de março de 2013; embora eu tenha visto mudanças nos Padres que assumiram o papado, como Bento XVI, não vi mudanças em Bergoglio e creio que continuará com essa política marxista escondida por trás das vestes papais; se insurge contra governantes que sua ideologia aponta como ditadores e bate palmas ao terrorismo; à ditadura de esquerda; não olhando a miséria e a pobreza na Venezuela, por exemplo, e incitando, com a teologia da libertação e o esquerdismo internacional, as arruaças que assolam os países que expulsaram o comunismo das suas fronteiras.

Estou em trânsito religioso, saindo de uma agremiação religiosa em busca de outra, mas em breve irei reafirmar o meu batismo(*), pois o batismo foi estabelecido por Jesus Cristo, em quem eu Creio como homem que foi aqui na terra e como Cristo, nosso Senhor e Salvador.

(*) Reafirmado meu Batismo sob o Olhar e a Graça de Jesus Cristo, Nosso Senhor, no dia 07 de dezembro de 2020.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O QUE RESTA DE UMA VIDA?

Dedilhando pela manhã meus pensamentos deparei-me com a recordação de um tempo passado não muito distante; voltei aos anos 60! 

1960 foi a época em que iniciei o aprendizado da minha primeira profissão, a de radialista, e também quando trabalhei na primeira emissora de Rádio daquela minha carreira, que se prolongou até eu optar pela vida militar.

Rádio Real Ltda, Canoas, Rio Grande do Sul. 

Meu Pai gerenciava a parte técnica daquela emissora, como "Chefe de Locutores e Técnicos de Som", além de ser Discotecário, Programador, Locutor, Produtor Executivo e Disc-Jóquei (como eram chamados, naquele tempo, os críticos de música; lembrando que meu pai foi músico e maestro antes de se tornar radialista); o Diretor Geral era Luiz Carlos Bauer, também sócio da Rádio Real, embora minoritário. 

Os "donos", como se dizia, eram da família Pertille, de Cachoeira do Sul, e o patriarca Ernesto Pertille comandava a rede de emissoras que se somavam à Rádio Real: As Rádios Princesa de Porto Alegre, de Candelária e de Cachoeira do Sul, onde a família Pertille residia. Além das rádios também constava um projeto de Televisão, que seria o mais moderno do Rio Grande do Sul; infelizmente não foi concluído por conta das vicissitudes  da vida.

Renê Pertille, uma figura corpulenta que desenhava com um charuto à boca seu perfil sisudo, era o filho do "dono"; era também o técnico em eletrônica da rede de rádios e o responsável técnico pela futura televisão. Essa figura completava o inconsciente lúdico de um adolescente ainda criança, que tinha habilidades como técnico de som, mas que também tinha curiosidade por eletrônica; desenhava-se a visão ainda lúdica que se completaria no futuro. 

Estávamos no ano de 1962 e eu completaria 13 anos de idade no próximo mês de Dezembro.

O "menino", curioso por eletrônica, tinha admiração pela habilidade que sobrava naquele "velho" Renê Pertille, que esporadicamente aprecia na Rádio Real, muito mais para buscar dinheiro do que para consertar algum equipamento, afinal ele era o "dono", ou o filho do "dono".

Mas o que sobrou daqueles homens? O que sobrou de uma vida?

Retorno a figura patriarcal de Ernesto Pertille e percorro os mapas da internet onde encontro um nome de rua e um Colégio em Cachoeira do Sul.

Sobrou da vida de Ernesto Pertille um CEP e uma escola que, por um tempo indeterminado, viverão em seu lugar.

C'est la Vie!


sábado, 7 de maio de 2022

A MELODIA DA VIDA!

AS MAIS sensatas decisões da vida inclui evitar-se os relacionamentos em que sabemos não poder dar ao outro a felicidade que ele merece.

Talvez me compreendam, talvez não...

Mas sinto-me feliz sabendo da felicidade do outro.
O encontro dos seres se consubstancia no encontro de almas; o que poderia parecer infelicidade pode ser o começo de uma vida muito mais feliz.
O caminho existencial é cheio de nuances e nem sempre dois seres estão harmonizados.
Se estivéssemos falando/escrevendo sobre antropologia sonora diríamos que é necessário harmonizar os sons; estudá-los, combiná-los, pois dependendo de como cada um dos seres mistura suas notas musicais a sonoridade final poderá expressar emoções subjetivas, que poderão ser de felicidade ou tristeza.
O mais sensato seria evitar-se que a orquestra toque uma melodia triste; e o regente dessa orquestra é você.
Regente da Orquestra: Maestro Sepé Tiarajú Teixeira


quarta-feira, 20 de abril de 2022

QUANDO CHEGAR O AMANHÃ...

Constantemente, nessa passagem pelo tempo, nos deparamos com o pensamento voltado ao passado e reunindo recordações de tudo que nos foi prazeroso: Alegria pelas conquistas, emoção pelas vitórias, satisfação pelos reconhecimentos que nos foram depositados por conta de nossas atitudes ou de nossos feitos. 

O pensamento invariavelmente alimenta nosso ego quando sai do presente e se transforma em um arqueólogo, cavando avidamente no fundo de nossa memória o que de mais precioso ficou escondido durante os anos que deixamos para trás nessa correria desenfreada em busca do futuro.

Nessa busca interior muitos de nós passamos anos de nossas vidas carregando os troféus e, outros de nós, sozinhos com suas culpas, mas  que deveriam ser divididas entre os atores da história; entre eu e meu interlocutor; entre eu e quem mais participou do mesmo tempo histórico que dividimos nessa nossa caminhada existencial. 

Assim é que não somos culpados sozinhos; não somos heróis sozinhos; não nos acovardamos sozinhos; não vencemos ou perdemos sozinhos.

Mesmo tendo presente tal clareza em minha consciência surpreendo-me quando em desaviso emocional fico a pensar sobre alguns impropérios que me foram lançados à responsabilizar-me por contendas passadas, como se fosse possível alguém subir à um ringue e lutar sozinho; ganhar e perder, tudo ao mesmo tempo, sem que haja atores em tal história.  Obviamente que seria uma luta invisível com ele próprio, se assim fosse, e que só poderia acontecer nas fantasias de quem se acredita imune à sua própria história.

Mas, quando chegar o amanhã, certamente desvendaremos todas as lacunas esquecidas no fundo de nossa alma, e nos libertaremos de culpas e de pecados; de vitórias e de derrotas; de humildades e de egos, pois nossa história não mais nos pertencerá e estará aberta às interpretações, deixando-nos livres na liberdade de Ser!



sábado, 29 de janeiro de 2022

A TAPERA PERDEU A GRAÇA!

Quem mora em Florianópolis e transita entre a ilha e o continente não pode deixar de olhar a vastidão do mar e a beleza do céu. Ao transitar, célere ou não, pela ponte Ivo Campos, percorrer com o olhar, até onde a vista alcança, e vislumbrar, à sua direita, lá, distante, um recanto esverdeado chamado Tapera, que se esconde do mundo e abre-se ao sonho de um faz-de-conta, torna o homem mais humano.

Sempre que transito por àquela ponte meu olhar ligeiro percorre o espaço vazio até chegar naquele pequeno e distante amontoado de casinhas, aqui e acolá, que a vista não distingue direito, mas que eu sei que lá está.

Sempre foi muito reconfortante olhar para a distante Tapera; passar pela ponte e misturar o olhar com o pensamento e saber que na Tapera tinha amor, amizade, tranquilidade e alteridade; saber que tudo estava lá; mesmo que lá não fossemos.

Sentir que a qualquer momento poder-se-ia desfrutar daquele conforto pessoal que misturava alma e espirito; que sorrisos alegres e conversas de ontem e de hoje somavam-se com vidas que se reuniam na saudade do ontem; tudo isso, ou apenas isso, já tranquilizava o nosso agitado pensamento.

Mas a Tapera entristeceu; murchou seus campos e matas; a distância se perdeu, pois não é mais prazeroso percorrer àquele espaço que separava anseios, lembranças e vidas.

A Tapera não tem mais vida; a Tapera Morreu!

Cb Irapuan; Cb Gandon; Sd Rodrigues.

(Este texto, escrito com emoção, é dedicado à memória de um estimado colega de Farda: O Cabo Gandon; na foto: ao centro. E, também, à quem com ele conviveu.

Tapera foi sua última morada e o lugar onde alguns de nós, colegas de farda, estivemos várias vezes relembrando o amável, ético, ordeiro e responsável convívio da caserna)


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A EXISTÊNCIA HUMANA...

 ...dádiva divina que o homem até hoje, mesmo com sua pomposa racionalidade, teima em fazer de conta que tem o controle, nada mais é do que uma caminhada a "passos largos" pelo tempo.

No decorrer dos séculos conseguimos alguns avanços na área da medicina que possibilitaram ao homem acreditar que tais avanços poderiam ou podem fazer com que prolonguemos a existência. Mas, cada vez que tal pensamento se dissocia da humildade científica e se torna um culto ao ego, o homem cai tropeçando nas suas próprias ambições.

O poder humano é temporário e frágil e àquele que não consegue vislumbrar tal fragilidade existencial será apenas um nada, pois o que lhe resta é simplesmente o nada.
O tempo passado é a prova de que nada somos neste mundo; apenas estamos de passagem.

Filosoficamente apregoamos que ao mesmo tempo que o homem faz o mundo ele também se faz no mundo; elevamos mais ainda nossa digressão filosófica e acreditamos que o homem "É" no mundo e não simplesmente "está" no mundo. É a velha discussão do Ser e do não ser. Mas Ser no mundo exige-nos uma consciência metafísica e por tal exigência é certo que alguns homens simplesmente "estão" no mundo, como um veleiro sem controle que é levado pelo vento à um ponto indefinido.

Quem somos nós, homens, e para onde iremos?

Sem a consciência metafísica velejaremos em direção ao nada!