sábado, 16 de novembro de 2019

TRAIDORES!


O homem tem uma série de equívocos durante sua vida que a existência à que teve o privilégio de receber do Criador, muitas vezes, é pouca para que possa fazer determinadas reflexões acerca de seus atos.

O ego de um homem pode ser tão daninho que poderá cegá-lo e fazer com que não consiga divisar o certo do errado, o falso do verdadeiro, os amigos dos inimigos.

Talvez este texto seja uma catarse, mas se o for, será somente para que eu possa dormir em paz na hora de acertar as contas com a minha consciência sobre os atos praticados contra ou a favor de alguém.

Sim, nós praticamos atos que podem ser contra uma pessoa e a favor de outra.

Existindo ou não atos que praticamos contra determinados interesses de uma pessoa, eu e três outros amigos, poderemos, pelo menos, dormir com a nossa consciência em paz sobre nossas decisões tomadas em momentos anteriores, pois foram corretas e estiveram, naquele momento, em desacordo com um sofisma.

O que é traição? Fazer um acordo com determinada pessoa e depois não cumprir tal acordo? Deixar de concordar com as decisões tomadas por uma pessoa, que até então estava acreditando que seus atos seriam todos abonados sem nenhuma resistência? Discordar, mais tarde, do que foi anteriormente acordado?

Existem várias indagações que poderiam compor um escopo de feitos com possibilidade de serem atos de traição, mas é necessário que se tenha bem claro que um ato vem precedido de vários outros e que desfazer um acordo talvez tenha uma razão de ser; uma razão bem mais grave do que simplesmente desfazer acordos feitos.

Os leitores poderão exclamar: Que texto hermético? E o é! Sim é hermético! Diz respeito a catarse sobre a consciência, cobrando-me por vários anos uma resposta para uma frase dita de forma maliciosa, raivosa e vingativa que atribuía decisões tomadas em um tempo pretérito para corrigir erro anterior, como se tal decisão fosse traição.

Quando se erra existe tempo para corrigir o erro; e isso foi feito! Este fazer ensejou um ataque a sorrelfa à dignidade alheia e tal ataque foi assimilado com paciência doce, embora o amargor do discurso de malicia que acompanhava tal afronta; um verdadeiro copo de cicuta para àqueles que esquecem que o tempo é o senhor da razão!

Pois o tempo passou; e passou, e passou...

Ano após ano minha consciência cobrava-me esta catarse; e cobrava-me a verdade! 

E a verdade é que senti-me traído pelo meu melhor amigo daquela ocasião; bem ao contrário do discurso daquele tempo, daquele interregno de espaço existencial em que nossas vidas se cruzaram para um objetivo que se tornou, posteriormente, apenas uma utopia.

A verdadeira traição é a que estivemos sujeitos e não àquela apregoada pela mágoa e pela vingança!

Hoje, a partir de agora, posso dizer, pela força do tempo; do amadurecimento; da reflexão e da temperança que ninguém traiu ninguém; as decisões tomadas foram o resultado de conclusões acerca do mito de um discurso teórico e a realidade de uma prática execrável, que todos condenavam, e que a ela se apequenaram quando o ego se inflou; a ganância se apresentou; os erros se estabeleceram; a força de um discurso ético fragilizou-se e a união em torno da verdade fragmentou-se pela força da mentira.

Nós estamos livres daquela traição: livres de termos sido traídos e livres de termos traído alguém! A vida continua, aqui e acolá.

P.S. Este texto é dedicado à Dartagnan e aos Três Mosqueteiros. (Tudo de forma hermética; ou quase!)