segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

O QUE É A VIDA?

 Qu'est ce que la vie?


“…l'existence a une urgence de transcendance.”
(Gabriel Honoré Marcel - 
7 de dezembro de 1889, Paris
8 de outubro de 1973, Paris)

Talvez como muitos filósofos e inúmeros homens anônimos, do senso comum, seja eu também um outro a indagar: O que é a vida?

Todos temos uma história hermética; àquela que somente o pensamento mudo, quieto e inquietante, é capaz de conhecer e muitas vezes emudece como pedra que nem mesmo quem dele dispõe é capaz de fazê-lo despojar-se desse silêncio.

Todos os filósofos quando indagados teorizaram sobre a vida; a tal ponto que o mais importante se perdeu nas argumentações e nas teses criadas.

Ao responder perdeu-se a interrogação; o pensamento recebeu respostas e as transformou em discursos infindáveis.

Talvez eu concorde com Nietzsche, pensei em um dia de angústia existencial, e não me incomode mais em querer uma resposta ou dar um sentido metafísico à vida, pois para ele a vida é um constante criar e recriar como a arte; um processo de criar e recriar sem uma finalidade que vá além da própria criação.

Mas, também, não me satisfez tal acomodação para o pensamento. Seria muito simplista deixar correr a história sem que a interrogação nos aflija a tal ponto de perder-se o medo do tempo histórico; mesmo que ele celeremente nos conduza à mordaça existencial.
Eu insisto em caminhar lado a lado com Gabriel Marcel, na mesma visão de que “a existência tem uma urgência de transcendência”.
(Continua…)

Não tenho medo da morte; tenho medo do silêncio da vida.

(Em 7/1/2024. Prof. Irapuan Teixeira, PhD pela Flórida Christian University/USA)

sexta-feira, 31 de março de 2023

ORDEM DO DIA 31 DE MARCO DE 2023

 ORDEM DO DIA!

(Alusiva ao aniversário da Contra-Revolução de 31 de Marco de 1964).
Preambulo: O atual comandante do Exército Brasileiro, General Tomás Paiva, subserviente à politicagem imposta ao Brasil, através de eleições questionáveis, decidiu não publicar a Ordem do Dia de hoje, 31 de Março de 2023, para comemorar a Contra-Revolução de 1964, que libertou o Brasil das Garras esquerdistas quando os comunistas tentaram impor a revolução do proletariado.
Generais frouxos obedecem cegamente a ordens absurdas, o que não seria o caso se tivéssemos homens de fibra e valor no Comando das Forças Armadas ou um Presidente da República legítimo, através de eleições claras, auditáveis e sem questionamentos por parte da Nação Brasileira.
Nosso desagravo ao General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.

ORDEM DO DIA!

Soldados!
Mais uma vez voltamos a publicar a Ordem do Dia redigida pela tropa e não por seus comandantes; esta exceção se faz premente em face da subserviência que estamos sendo submetidos pelos nossos comandantes ao acatarem desmandos de chefes ilegítimos e nocivos à Nação Brasileira.

Recordemos o ano de 1964 quando nossos colegas de farda foram decisivos na Contra-Revolução que salvou nosso País das garras do inimigo. Um General em especial sempre deverá ser lembrado: Olympio Mourão Filho! Homem de fibra, herói brasileiro, que tomou para si a decisão de iniciar a guerra contra os inimigos da Nação.

Os inimigos recuaram e a revolução do proletariado, que eles tanto ansiavam, foi escondida nas ruelas do País. Alguns foram presos, outros fugiram do Pais e se auto exilaram; no confronto mortes aconteceram e muito mais da parte de nossos soldados e civis do que da parte dos guerrilheiros terroristas que ousaram enfrentar o Estado Brasileiro.

Na reorganização do País o Congresso Nacional, através dos Deputados Federais e Senadores, elegeram como o novo Presidente da República o Marechal da Reserva Humberto de Alencar Castelo Branco e, sucessivamente, por alguns anos, os demais Marechais e Generais que ocuparam a cadeira Presidencial: Marechal Arthur da Costa e Silva e os Generais Emilio Garrastazu Médici, Orlando Geisel e João Figueiredo.

Enquanto o Brasil iniciava sua pujança para se tornar um dos países mais avançados do mundo, a esquerda nociva se escondeu e se refugiou nas escolas e universidades e aproveitando-se da democracia que vigora no pais utilizaram-se de fraudes eleitorais para impor desgovernos que nos atrasaram e ainda nos atrasam na caminhada rumo a ser a maior Nação do Mundo em desenvolvimento tecnológico, cientifico, alimentar e de riquezas naturais.

Não nos enganemos; estejamos preparados, pois a Luta Continua!

Brasília, DF, 31 de Março de 2023
Assina na ausência do comandante, o sempre Cabo de Comunicações Irapuan Teixeira, 3G 503.254-A
Professor e Pesquisador Cientifico
Mestre, Doutor e Pós-doutor em Filosofia
PhD pela Florida Christian University
Deputado Federal na 52ª Legislatura
Juiz Arbitral do 1º Tribunal de Justiça Arbitral do Brasil



terça-feira, 10 de janeiro de 2023

HONRA ÀS FFAA

Quero fazer um adendo às afirmações que correm pela internet: 

Alguns covardes que comandaram as FFAA foram a vergonha e a desonra das próprias FFAA; mas não o conjunto das FFAA!

Felizmente tais homens covardes e ineptos para o comando  já foram para a reserva, mas não estamos com garantia de que outros covardes possam ascender à postos de comando e sob o comando de um civil inexperiente na Pasta da Defesa e que ainda é devedor de explicações ao povo do seu mandato quando deputado federal, quiçá também da sua atuação no Tribunal de Contas da União. 

O tempo nos mostrará!

Mas antecipadamente já nos tem mostrado que a covardia e a péssima formação militar de hoje, transformam as FFAA responsáveis pelos ineptos que a comandam. Vide o absurdo do jovem militar ao megafone no QG de Brasília anunciando que o Exército não queria confronto com a PM. Que confronto? A PM é uma Força Auxiliar subordinada às FFAA. E se existiu receio de confronto com uma Força Auxiliar, o que diríamos da possibilidade de uma guerra externa? 

Será que foi essa ameaça que acovardou homens com formação de guerra?

Outro absurdo do militar ao megafone: "Uma ordem judicial...." Ordem Judicial dada ao Exército, dentro dos limites da área militar? 

Coitado do jovem militar ao megafone; nada aprendeu na AMAN que não seja obedecer ordens; esqueceu que ordem absurda não se cumpre! 

Na História não tem lugar para homens Covardes!

Avante Camaradas! Um ou outro homem ao nosso lado não irá desonrar as Forças Armadas!




NA HISTÓRIA...

 Não Existe Lugar para Covardes!

terça-feira, 9 de agosto de 2022

DESPEDIDA DA MINHA RELIGIÃO

Os dicionários e o Google (dicionário moderno e dos preguiçosos) está eivado de definições sobre a palavra religião; mas não vou me ater à essa discussão e sim definitivamente assumir atitude crítica frente à minha religião: Católica, Apostólica, Romana!

Uma postura crítica que de nada adiantará, pois não irá mudar a casta estabelecida em Roma e muito menos terei força desde esta pequena página de internet para derrubar o Papa do seu trono.

Achei melhor, então, admitir: O Papa me derrotou!

Me derrotou alijando-me daquela igreja que ele comanda; me derrubou da religião católica, que assumi como minha religião aos 13 anos de idade, quando fui batizado por inciativa própria e não da forma usual, quando se é levado no colo para a pia batismal antes do primeiro ano de vida.

Assumi na adolescência o catolicismo como minha religião; e fui batizado; e fiz a primeira comunhão; e fui sacristão; e estudei no Seminário Maior de Teologia.

Agora fico ao lado de Quem? Do "santo" Papa? Que defende as ditaduras bárbaras do comunismo leninista e das teorias marxistas introduzidas na Teologia da Libertação?

Obviamente que meu lado é estar junto ao verdadeiro Cristianismo, embasados nas Palavras de Jesus Cristo, que sempre tem estado junto de mim; Daquele que deixou exemplos a serem seguidos na liberdade de Ser ou no desvio do Não-ser, pois a liberdade que nos foi dada pelo Criador é tão abrangente que poderemos inclusive negá-Lo.

Fico com quem se indignou com a mercantilização de bens e de idéias e «...expulsou a todos do templo, as ovelhas bem como os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai uma casa de negocio.» (João 2:15-16).

Pois foi o que se transformou a minha religião: uma casa de negócios; o Papa já negociou inclusive com os adeptos de Maomé, sem contar que a igreja católica é hoje composta de grupos de pessoas que são autômatos nas igrejas e ouvem seus bispos, através do discurso marxista, negar o seu próprio Deus.

Transformaram a igreja católica em casa de cambistas de ideias; vende-se de tudo esquecendo-se das contradições e dos absurdos de uma teologia da negação, que teimam em acreditar que liberta, usando para tal a pobreza e a miséria humana.

Como continuar convivendo sob a égide de um líder que ao mesmo tempo que prega a existência de Deus associa-se com Marx, que disse: "...a religião é o ópio do povo..." e "... Deus não existe!"

É impossível servir a dois senhores! E o Papa acredita existir dois senhores, pois desde jovem, no Seminário, professava a ideologia marxista através da teologia da libertação.

De minha parte existe um único senhor e nem Marx, nem a teologia da libertação (que na verdade escraviza e não liberta) me farão desacreditar no único Senhor deste e de todos os mundos.

Jorge Mario Bergoglio, Padre Argentino da Teologia da Libertação, foi eleito Papa em 13 de março de 2013; embora eu tenha visto mudanças nos Padres que assumiram o papado, como Bento XVI, não vi mudanças em Bergoglio e creio que continuará com essa política marxista escondida por trás das vestes papais; se insurge contra governantes que sua ideologia aponta como ditadores e bate palmas ao terrorismo; à ditadura de esquerda; não olhando a miséria e a pobreza na Venezuela, por exemplo, e incitando, com a teologia da libertação e o esquerdismo internacional, as arruaças que assolam os países que expulsaram o comunismo das suas fronteiras.

Estou em trânsito religioso, saindo de uma agremiação religiosa em busca de outra, mas em breve irei reafirmar o meu batismo(*), pois o batismo foi estabelecido por Jesus Cristo, em quem eu Creio como homem que foi aqui na terra e como Cristo, nosso Senhor e Salvador.

(*) Reafirmado meu Batismo sob o Olhar e a Graça de Jesus Cristo, Nosso Senhor, no dia 07 de dezembro de 2020.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O QUE RESTA DE UMA VIDA?

Dedilhando pela manhã meus pensamentos deparei-me com a recordação de um tempo passado não muito distante; voltei aos anos 60! 

1960 foi a época em que iniciei o aprendizado da minha primeira profissão, a de radialista, e também quando trabalhei na primeira emissora de Rádio daquela minha carreira, que se prolongou até eu optar pela vida militar.

Rádio Real Ltda, Canoas, Rio Grande do Sul. 

Meu Pai gerenciava a parte técnica daquela emissora, como "Chefe de Locutores e Técnicos de Som", além de ser Discotecário, Programador, Locutor, Produtor Executivo e Disc-Jóquei (como eram chamados, naquele tempo, os críticos de música; lembrando que meu pai foi músico e maestro antes de se tornar radialista); o Diretor Geral era Luiz Carlos Bauer, também sócio da Rádio Real, embora minoritário. 

Os "donos", como se dizia, eram da família Pertille, de Cachoeira do Sul, e o patriarca Ernesto Pertille comandava a rede de emissoras que se somavam à Rádio Real: As Rádios Princesa de Porto Alegre, de Candelária e de Cachoeira do Sul, onde a família Pertille residia. Além das rádios também constava um projeto de Televisão, que seria o mais moderno do Rio Grande do Sul; infelizmente não foi concluído por conta das vicissitudes  da vida.

Renê Pertille, uma figura corpulenta que desenhava com um charuto à boca seu perfil sisudo, era o filho do "dono"; era também o técnico em eletrônica da rede de rádios e o responsável técnico pela futura televisão. Essa figura completava o inconsciente lúdico de um adolescente ainda criança, que tinha habilidades como técnico de som, mas que também tinha curiosidade por eletrônica; desenhava-se a visão ainda lúdica que se completaria no futuro. 

Estávamos no ano de 1962 e eu completaria 13 anos de idade no próximo mês de Dezembro.

O "menino", curioso por eletrônica, tinha admiração pela habilidade que sobrava naquele "velho" Renê Pertille, que esporadicamente aprecia na Rádio Real, muito mais para buscar dinheiro do que para consertar algum equipamento, afinal ele era o "dono", ou o filho do "dono".

Mas o que sobrou daqueles homens? O que sobrou de uma vida?

Retorno a figura patriarcal de Ernesto Pertille e percorro os mapas da internet onde encontro um nome de rua e um Colégio em Cachoeira do Sul.

Sobrou da vida de Ernesto Pertille um CEP e uma escola que, por um tempo indeterminado, viverão em seu lugar.

C'est la Vie!


sábado, 7 de maio de 2022

A MELODIA DA VIDA!

AS MAIS sensatas decisões da vida inclui evitar-se os relacionamentos em que sabemos não poder dar ao outro a felicidade que ele merece.

Talvez me compreendam, talvez não...

Mas sinto-me feliz sabendo da felicidade do outro.
O encontro dos seres se consubstancia no encontro de almas; o que poderia parecer infelicidade pode ser o começo de uma vida muito mais feliz.
O caminho existencial é cheio de nuances e nem sempre dois seres estão harmonizados.
Se estivéssemos falando/escrevendo sobre antropologia sonora diríamos que é necessário harmonizar os sons; estudá-los, combiná-los, pois dependendo de como cada um dos seres mistura suas notas musicais a sonoridade final poderá expressar emoções subjetivas, que poderão ser de felicidade ou tristeza.
O mais sensato seria evitar-se que a orquestra toque uma melodia triste; e o regente dessa orquestra é você.
Regente da Orquestra: Maestro Sepé Tiarajú Teixeira


quarta-feira, 20 de abril de 2022

QUANDO CHEGAR O AMANHÃ...

Constantemente, nessa passagem pelo tempo, nos deparamos com o pensamento voltado ao passado e reunindo recordações de tudo que nos foi prazeroso: Alegria pelas conquistas, emoção pelas vitórias, satisfação pelos reconhecimentos que nos foram depositados por conta de nossas atitudes ou de nossos feitos. 

O pensamento invariavelmente alimenta nosso ego quando sai do presente e se transforma em um arqueólogo, cavando avidamente no fundo de nossa memória o que de mais precioso ficou escondido durante os anos que deixamos para trás nessa correria desenfreada em busca do futuro.

Nessa busca interior muitos de nós passamos anos de nossas vidas carregando os troféus e, outros de nós, sozinhos com suas culpas, mas  que deveriam ser divididas entre os atores da história; entre eu e meu interlocutor; entre eu e quem mais participou do mesmo tempo histórico que dividimos nessa nossa caminhada existencial. 

Assim é que não somos culpados sozinhos; não somos heróis sozinhos; não nos acovardamos sozinhos; não vencemos ou perdemos sozinhos.

Mesmo tendo presente tal clareza em minha consciência surpreendo-me quando em desaviso emocional fico a pensar sobre alguns impropérios que me foram lançados à responsabilizar-me por contendas passadas, como se fosse possível alguém subir à um ringue e lutar sozinho; ganhar e perder, tudo ao mesmo tempo, sem que haja atores em tal história.  Obviamente que seria uma luta invisível com ele próprio, se assim fosse, e que só poderia acontecer nas fantasias de quem se acredita imune à sua própria história.

Mas, quando chegar o amanhã, certamente desvendaremos todas as lacunas esquecidas no fundo de nossa alma, e nos libertaremos de culpas e de pecados; de vitórias e de derrotas; de humildades e de egos, pois nossa história não mais nos pertencerá e estará aberta às interpretações, deixando-nos livres na liberdade de Ser!



sábado, 29 de janeiro de 2022

A TAPERA PERDEU A GRAÇA!

Quem mora em Florianópolis e transita entre a ilha e o continente não pode deixar de olhar a vastidão do mar e a beleza do céu. Ao transitar, célere ou não, pela ponte Ivo Campos, percorrer com o olhar, até onde a vista alcança, e vislumbrar, à sua direita, lá, distante, um recanto esverdeado chamado Tapera, que se esconde do mundo e abre-se ao sonho de um faz-de-conta, torna o homem mais humano.

Sempre que transito por àquela ponte meu olhar ligeiro percorre o espaço vazio até chegar naquele pequeno e distante amontoado de casinhas, aqui e acolá, que a vista não distingue direito, mas que eu sei que lá está.

Sempre foi muito reconfortante olhar para a distante Tapera; passar pela ponte e misturar o olhar com o pensamento e saber que na Tapera tinha amor, amizade, tranquilidade e alteridade; saber que tudo estava lá; mesmo que lá não fossemos.

Sentir que a qualquer momento poder-se-ia desfrutar daquele conforto pessoal que misturava alma e espirito; que sorrisos alegres e conversas de ontem e de hoje somavam-se com vidas que se reuniam na saudade do ontem; tudo isso, ou apenas isso, já tranquilizava o nosso agitado pensamento.

Mas a Tapera entristeceu; murchou seus campos e matas; a distância se perdeu, pois não é mais prazeroso percorrer àquele espaço que separava anseios, lembranças e vidas.

A Tapera não tem mais vida; a Tapera Morreu!

Cb Irapuan; Cb Gandon; Sd Rodrigues.

(Este texto, escrito com emoção, é dedicado à memória de um estimado colega de Farda: O Cabo Gandon; na foto: ao centro. E, também, à quem com ele conviveu.

Tapera foi sua última morada e o lugar onde alguns de nós, colegas de farda, estivemos várias vezes relembrando o amável, ético, ordeiro e responsável convívio da caserna)


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A EXISTÊNCIA HUMANA...

 ...dádiva divina que o homem até hoje, mesmo com sua pomposa racionalidade, teima em fazer de conta que tem o controle, nada mais é do que uma caminhada a "passos largos" pelo tempo.

No decorrer dos séculos conseguimos alguns avanços na área da medicina que possibilitaram ao homem acreditar que tais avanços poderiam ou podem fazer com que prolonguemos a existência. Mas, cada vez que tal pensamento se dissocia da humildade científica e se torna um culto ao ego, o homem cai tropeçando nas suas próprias ambições.

O poder humano é temporário e frágil e àquele que não consegue vislumbrar tal fragilidade existencial será apenas um nada, pois o que lhe resta é simplesmente o nada.
O tempo passado é a prova de que nada somos neste mundo; apenas estamos de passagem.

Filosoficamente apregoamos que ao mesmo tempo que o homem faz o mundo ele também se faz no mundo; elevamos mais ainda nossa digressão filosófica e acreditamos que o homem "É" no mundo e não simplesmente "está" no mundo. É a velha discussão do Ser e do não ser. Mas Ser no mundo exige-nos uma consciência metafísica e por tal exigência é certo que alguns homens simplesmente "estão" no mundo, como um veleiro sem controle que é levado pelo vento à um ponto indefinido.

Quem somos nós, homens, e para onde iremos?

Sem a consciência metafísica velejaremos em direção ao nada!

segunda-feira, 1 de março de 2021

A VIDA CONTINUA...


...e tem sempre andado!
Essa eterna caminhada, em passos milimétricos, como uma perfeita dança em que os pares não se desconectam, é como o Ser e o Nada: Um sem o outro não existiria.
Enquanto seres existentes fazemos parte deste circo de ilusões, onde a dança da vida nos impede de entender a eternidade.
Adeus à mais um companheiro de caserna; quero crer que tudo continuará igual ao que sempre foi, que sua presença terrena continuará em nossas mentes e corações; que encontrarás outros que já se foram e que juntos estarão nos acenando como antes, quando acenávamos, nos velhos tempos, em continência, de uma à outra viatura.
Adeus Sgt.
Selmo Ramos
, nosso encontro terreno no 18º RI, ainda como Soldados e depois Cabos, foi um desígnio de Deus e certamente nos encontraremos em outra missão!
Infantaria!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

PROFESSOR: O FANTASMA DA ESCOLA!


O ano de 2021 iniciou escorado nos erros cometidos em 2020.

Especificamente sobre a conduta profissional do Professor, essa escora é muito mais preocuprante, pois tinha-se tal profissional elevado ao grau de Mestre no subconsciente daqueles que necessitam de um condutor na estrada do saber.

O Professor, mito sagrado do século passado, tornou-se em 2020/2021, apenas em um fantasma de escola, refugiando-se em casa como a um malandro boêmio do anos 50 que perambulava pelas ruelas da Lapa no Rio de Janeiro em busca de mais um distraído para o enganar.

Na era da tecnologia alienante das redes sociais esses ideólogos da educação conseguirão atingir seu objetivo político: Manipular a mente dos incautos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

ELA NUNCA ESTEVE NO PALCO

 

Um artista que caminhava em direção ao microfone empurrado pela estrutura que faz do homem escravo, marionete, joguete de um poder abstrato que nos suga, absorve, consome nosso sangue até a última gota e quando nada mais resta espreme até que saia o suspiro da morte.

Assim foi a existência de Amy Winehouse, talvez como tantos mais, que são sustentados com vida, apesar de suas almas estarem mortas.

O olhar no vazio demonstrava sua fuga do presente, da realidade que a envolvia, que a dominava e que dela tirava o sangue para deleite de muitos que a rodeavam ou daqueles que a adoravam sem saber que sua presença e seu talento eram fantasmas que se punham de pé amparados pelo establishment que a tudo controla, que a todos conduz ao inferno de ostentações e ilusões.

Amy nunca esteve presente em suas apresentações; seu olhar no vazio denunciava medo, fragilidade, tristeza, dor, angústia; as mãos crispadas como querendo proteger-se de um monstro invisível que sempre a assediou e que a levou à miséria humana.

A plateia sorria quando ela ensaiava uma frase que parecia engraçada; gargalhavam com a ignorância de olharem sem ver, sem nada vislumbrarem da essência; via-se de Amy somente a frágil existência, que se agarrava ao nada, ao vazio, ao fantasioso circo de ilusões com palhaços e equilibristas existenciais. Seu grande talento viveu em um corpo apático por uma alma sofrida; doentia e dependente.

Nunca fui fã de Amy, nunca escutei suas canções como um entusiasta, tampouco como um devoto; não posso dizer que fui seu admirador, como também não posso de forma alguma contestar seu talento. Eu a via como uma grande artista, fato inegável; mas suas canções não estavam entre as minhas preferidas. Entretanto, quando observava seu rosto sofrido, tentando como um autômato gerar alegria e deleite para outros, me compadecia da sua dor escondida. Amy Winehouse nunca esteve inteira em um palco; sua alma não estava presente e seu corpo denotava vontade de fugir do mundo.

A compaixão é um sentimento que pode gerar no outro mais tristeza do que conforto e àquela artista, pelo seu talento, e por suas decisão em ser o que foi, não merece que se tenha pena pelos atos que decidiu tomar durante sua vida e pelos que a vida lhe reservou, pois a decisão de ser ou de estar no mundo é de cada um de nós, humanos, mas escrever sobre o que se observou de um artista cujo talento musicista vai integrar a história, pode ser um tributo àquela alma que esteve na existência humana tão distante do seu corpo.

À Amy Winehouse!

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

POR ONDE ANDAM AS MARIAS?

Pois a conversa girava em torno de assuntos variados, afinal quando antigos colegas de farda se encontram têm muita coisa a contar um ao outro. E foi assim, naquela noite de recordações que nos reunimos com mais outros antigos companheiros de caserna pelo whatsapp e relembramos dos vivos e dos mortos.

Noite adentro, varando a madrugda, enganando o sono com histórias e exercitando os neurônios com o esforço mental, desfilavam nomes que formavam imagens e criavam por um instante qualquer o mundo que foi real, fantasiado agora por meras lembranças que se aformoseavam a cada lápso da memória.

Quem foi o melhor atirador; qual a marcha mais cansativa; o Comandante mais rigoroso e, como não poderia faltar em conversas de soldados, as histórias das conquistas amorosas ou eventuais de jovens que despertavam para a vida sem saber o que lhe reservaria a caminhada existencial.

O avanço tecnológico tem possibilitado encurtar distâncias, facilitar conversas e reunir pessoas de vários lugares; as redes sociais promovem reencontros inimagináveis e amizades outras que nunca seriam possíveis e tampouco pensadas em um passado bem recente. Essa facilidade de comunicação reune, agrega e torna o inimaginável algo possível e assim o sonho se torna realidade ou o sonho fica mais fantasiado ainda. Ao despertarmos de tal sonho nos damos conta de que andamos aqui e acolá, conquistamos, perdemos, ganhamos, aprendemos, desenvolvemos o conhecimento e desbravamos o desconhecido em pouco mais de 50 anos, nos damos conta também de que tudo é nada e que o tempo é tão efêmero que nos liga com a vida por um ínfimo fio.

Mas, por onde andam as Marias?

É verdade!!!

Aos 18 anos a tostesterona é mais intensa que um calor de 40 graus e não raro também que soldados no alvorecer da vida pensam tanto quanto uma ameba; são raros os Nerds, a maioria dos recrutas são cabeças de vento e viveram seu tempo na ilusão do descompromisso e da casualidade.

Os chamados amores do passado pulverizaram-se na história de cada um; a regra é o esquecimento. Ninguém mais lembra desse ou daquele namoro na esquina, numa calçada distante ou resultante de um encontro casual; quem sabe um cinema e uma caminhada na Rua da Praia. Tais acontecimentos são hoje quimeras e para entender-se àquele tempo somente o vivendo, coisa que, sabe-se, é tão possível como teletransportar-se. O passado está morto! Mas nós, naquele encontro virtual, teimosamente o ressuscitamos em um esforço mental para reproduzir historietas eivadas de saudades. 

Mas por onde andam as marias que nos fizeram homens?

A existência humana é uma caminhada em que os rumos são definidos por atalhos ao longo do caminho; aqui e acolá nos deparamos com bifurcações que nos levam a outros recantos que poderão ser uma morada mais firme. As marias seguiram seus rumos e certamente tambem encontraram moradas firmes; o que resta são lembranças e talvez saudades de um tempo existencial que morre a cada esquina, a cada contorno que fazemos e a cada passo que damos. 

Não é possível meia volta volver; a única opção é marchar; e marchar em frente!

(Este texto é dedicado aos colegas de Farda do antigo 18º Regimento de Infantaria: Sgt. Selmo; Sgt. Dionísio; Cabos Adélio, Gandon, Dario, Mativi. In memoriam ao Cabo Brandolf e ao Capitão Martins, que foi recruta com todos os demais no ano de 1967/68.)