quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

AMOR: Uma Via de Duas Mãos.

Você jura que é amor e passará a vida inteira sentindo paixões; somente ao final do trânsito existencial saberá discernir, e separar, o joio do trigo.

A descoberta acarretará o arrependimento desnecessário e a exclamação sem sentido de que poderia ter vivido diferente ou que faria tudo de outra forma.

Viver é como velejar no mar; haverá dias de calmaria e dias de tempestade, mas nada será igual de um dia para o outro e tampouco haverá acontecimentos definitivos, pois tudo passa!

As paixões serão, e são, transitórias; o tempo, silente, o senhor da razão. Viver é deixar acontecer, fazendo o mundo e se fazendo no mundo; saber da liberdade de ser no mundo para não existir como produto ou objeto que apenas está no mundo por acaso ou complacência.

Essa transitoriedade humana, contemplada pelo tempo, faz com que tenhamos a responsabilidade para o nosso tempo, permitindo-nos existir eticamente na liberdade inalienável de Ser. Sem ética não é possível uma vida plena, pois tolheremos e seremos tolhidos da liberdade existencial. Sem Amor a liberdade existencial se torna vazia e desprovida de sentimento, acarretando-nos um descompromisso com a vida.

Amor não é um sentimento que se pode vestir e se despir; amor é a responsabilidade de ser com o outro, num casamento indissolúvel de ética, moral, compromisso, doação, liberdade e alteridade; vinculando-se com toda a existência humana.

Amar é pois... Ser com o outro e não apenas estar; é colocar-se no outro e sentir o outro como Ser. É a mais linda e divina das relações humanas, pois não existirá objeto, apenas sujeitos. Via de duas mãos onde o trânsito do sujeito caminha paralelamente com o outro sujeito, lado a lado; sem competições, numa parceria livre dotada de sentimento e compromisso com a felicidade.

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