terça-feira, 6 de agosto de 2013

CÉU E INFERNO!

Vivemos em trânsito no mundo; isto é inegável! Entretanto quando conseguimos uma pausa para pensar sobre o próprio mundo, dispersamos nosso pensamento e o direcionamos apenas para o pragmatismo, sem dar atenção ao próprio mundo que vivemos. 

É necessário estabelecer, com clareza meridiana, que o mundo só é mundo enquanto o fizermos; aquilo que "está aí", diante de nós, a nossa mercê e para nosso gozo, só é porque existimos. Somos nós que fazemos o mundo, e nos fazemos no mundo. Uma dualidade inseparável! O homem é o sujeito nessa relação!

Ser sujeito, entretanto, não nos dá o poder de "mando", como nas ações hierárquicas estabelecidas pelas instituições e organizadas na sociedade. O sujeito, nesse caso, tem uma relação de inter-dependência com o mundo que, ao mesmo tempo em que abriga o sujeito, dele depende para continuar existindo. Por sua vez, o sujeito, ao fazer o mundo, se faz no próprio mundo, sendo que a existência de sujeito e mundo, só terá sentido nessa dualidade. Eu existo, o mundo existe! O mundo existe enquanto eu existir!

Portanto, o mundo está em nossas mãos; e, ao mesmo tempo, nós estamos nas mãos do mundo!

O homem, que também é dual, contém em si, agregado e indissolúvel, uma parcela do "Ser" e uma parcela do "ter". Essa parcela do "ter", agregada ao "Ser" do homem, é responsável pela afinidade com o pragmatismo do mundo. Sem ela talvez estivéssemos "no mundo da lua". O "ter" prende-nos, por afinidade, à matéria; enquanto o "Ser" possibilita-nos a reflexão sobre o sentido da existência no mundo. "Parar" para pensar sobre o mundo, pois, consiste em refletir sobre nós mesmos; dar uma pausa na caminhada sobre o mundo e caminhar sobre si-mesmo. Esse mergulho no "Ser" amplia horizontes, descobre caminhos, abre espaços, descortina mistérios e resolve problemas. Quiza, possibilita vislumbrar a eternidade.

Uma caminhada existencial que consiga manobrar as adversidades materiais, corrompidas que foram pelo pragmatismo exacerbado, conduz-nos a descortinar os mistérios do "Ser" e a descobrir os índices do bem e do mal, inerentes a cada um de nós e alojados na caixa de mistérios do ser humano.

Mergulhar no fundo de si-mesmo e enfrentar essa realidade é defrontar-se com o inferno e com o Céu que cada um tem dentro de si. Descobrir essa verdade é chegar ao limite do abismo e ter a possibilidade única da escolha! É ter o controle de si-mesmo! Agarrar nas mãos a existência e o destino! Conceber para si o poder único e inalienável da decisão!

Àquele que tiver coragem; controle sobre sua vida; conhecimento do seu caminho existencial, terá a chave do poder! Caberá a ele saber dominar e amordaçar o inferno dentro de si e libertar o Céu que habita seu universo interior.

Esse homem será livre!

Um comentário:

Astrid Annabelle disse...

Olá Irapuan! Bom dia!
Essa sua reflexão me fez lembrar de um tempo onde eu descobri uma coisa incrível a respeito da percepção mundo: quando abrimos os olhos estamos no nosso mundo com tudo o que colocamos nele. Ao fecharmos os olhos o nosso mundo desaparece. Portanto o mundo é criação nossa. Do nosso sentir. Da nossa percepção. Experimentamos a nossa humanidade no estado de atenção plena, muito bem acordados!!!!
No mais você tem toda a razão.
Conhecer a dinâmica do invisível é meu "esporte predileto"!!!!
Beijos..sejamos felizes
Astrid Annabelle