sábado, 4 de junho de 2011

ESSA TAL DE FILOSOFIA

Noto que muitos egressos de cursos de filosofia, principalmente, são petulantes e com síndrome de doutor sabe tudo. Parece que isso acontece sempre com os recém formados; talvez fruto da juventude incauta que necessita ainda de uma boa dose de vivência existencial, ou talvez seja mesmo a petulância que habita alguns que se acham privilegiados acreditando que são parte de uma casta intelectual. Certamente, esses, esqueceram-se do que leram a respeito da sabedoria socrática, ou de tanto acreditarem que sabem, imaginam que conseguiram superar o conhecimento desenvolvido por Platão e que os diálogos servem apenas para retratar uma história fantástica da vida de um Sócrates. Eu tenho lá minhas dúvidas a respeito desses pseudo intelectuais; não creio que servirão para a filosofia ou se, pelos menos, conseguirão filosofar.

Por outro lado, alguns são mesmo intelectuais, de boa cepa, e que se destacam no cenário filosófico através do que escrevem e das teses que defendem; outros ainda, são bons professores e contribuem com a sempre nova juventude que desponta para a vida, afoita e sedenta por conhecimento e que ainda freqüenta cursos de filosofia. Tem outros mais, herméticos e ratos de biblioteca, que certamente escondem em si mesmos traumas que nem Freud descobriria. Desses tantos conheço alguns, de professores à colegas; vez ou outra deparo-me virtualmente com um ou outro pela facilidade que temos nessa sociedade globalizada.

Mas, para que mesmo serve essa tal de filosofia? Para roer unhas, num desespero incrustado no fundo da alma daqueles que se escondem de si mesmos? Para afigurar-se perante à plateia imaginária? Para questionar a tudo e a todos, tornando-se inconveniente como a um São Tomé? Para que mesmo serve essa tal de filosofia?

Se bem lembro serviria para perguntar sobre o por que das coisas, e se o aprendizado socrático foi bem digerido, não é tarefa dessa filosofia dar respostas, porque a resposta de todas as questões estaria em cada um de nós; fazer o parto das ideias, escondidas no fundo de nossa alma, seria a tarefa primordial dessa tal de filosofia.

E, se me permitem àqueles que se consideram filósofos, ouso escrever que a filosofia não serve para nada e, se não serve para nada, é porque serve para alguma coisa. Que coisa seria essa que daria trabalho a essa tal de filosofia?

Um comentário:

BIA disse...

Por tudo isso és um professor admirável, possui o conhecimento e transmite aos seus alunos sem ser arrogante. Parabéns!!! Ler seus textos é alimentar a mente com boa cultura e sabedoria.
Abraços
Bia