Defronto-me com opiniões contrárias a cada percurso que faço em desencontro com àquilo que é usual.
Uma das primeiras dessas opiniões contrárias ocorreu quando professor do Magistério Público Estadual resolvi, depois de dois concursos públicos, que os abandonaria em troca de um emprego sem estabilidade e sem qualquer tipo de garantia contratual. Na verdade estava trocando a estabilidade do serviço público por um aumento na minha carga horária em uma universidade particular.
Qual a vantagem?
Do ponto de vista daquele que procura um emprego que lhe dê estabilidade e garantia de uma aposentaria tranqüila, nenhuma vantagem.
As universidades particulares dispensam seus professores até por economia de salário e a futura aposentaria é a vala comum do INSS, que também nada garante, a não ser que seu salário de aposentado vai diminuir ano a ano.
Outra das investidas contra minha tenacidade em caminhar contra-mão foi quando não aceitei a imposição de um pró-reitor quanto à minha decisão em usar o tempo das férias escolares para estudar fora do país. Se eu fosse poderia perder o emprego. Eu fui!
Como Deputado Federal chegou um momento que decidi não mais me candidatar e abrir mão de uma série de "benesses". Outra vez na contra-mão.
Até hoje martelam opiniões de que eu deveria voltar à cátedra por conta de minha titulação acadêmica e pela falta de professores com tais títulos nas universidades brasileiras.
Existe um tempo para cada coisa e existe o tempo de cada um.
Não é de agora minha tese de que os jovens devem se profissionalizar e imediatamente assumir a responsabilidade no desempenho daquilo que é da sua competência. Novos professores às cátedras! Àqueles que tiveram o privilégio de chegar primeiro ao mundo assumam, sem protelar, seu direito de possibilitar que lhes sucedam.
Em política não é diferente meu pensamento. Raposas velhas se arrastando pelos corredores do Congresso Nacional cheiram a mofo e suas idéias enferrujadas nada contribuem para uma nova era.
Àqueles que se agarram ao poder, ao emprego, às atividades que necessitam de novas idéias, velhos ficam; como velhas são suas decisões.
Há coisas para se fazer, muitas coisas, em cada tempo da existência. Postergar o momento da mudança é desfalcar a hierarquia da vida.
Sonho com o dia em que a sociedade necessitará colocar um cartaz anúnciando: procuram-se velhos de idade com mentes brilhantes para pensar.
Alguém tem que pensar e os jovens estão muito atribulados em cumprir suas atividades rotineiras e parar... para pensar.
Aos 60 anos abre-se um novo mundo às mentes brilhantes; um mundo nada convencional. O mundo das idéias. Não as idéias pragmáticas como as de Bill Gates ou Steve Jobs mas àquelas em que o fulcro único é a vivência. Não há vagas para quem não tiver vivido!
É hora de dar seu lugar ao outro pois seu lugar não é seu; àqueles que acreditam que o lugar é seu envelheceram!
Meu lugar é onde minha mente me levar e quanto mais eu caminho no mundo mais descubro que existem muito mais coisas a serem descobertas e que só o tempo que está por chegar é que descortinará essa nova possibilidade. E este é o meu tempo!
2 comentários:
Bem por aí...bom dia Ira!
Tempo para experimentar novas idéias.
Viver a vida.
Muito bom....
Beijos
Astrid Annabelle
Li novamente... e aplaudo sua rebeldia!!!
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