domingo, 2 de junho de 2013

NÃO SEJAMOS INÚTEIS!

Quando começa o entardecer e o manto imenso da escuridão se aproxima, por mais nobres que sejamos nossas almas empalidecem, ao vislumbrarem o sol se pondo. Alguns fortes se firmam em discursos heroicos, outros, crentes, se conformam com o destino. Céticos tremem ao se renderem ao inexorável e os agnósticos, enfim, quedam-se para um canto em busca de amparo.

A pior das batalhas é essa espera. Olhos fixos em nenhuma direção, contemplando o nada e esperando o vazio.

Assim é!

As indagações que perambulam pelos sentidos são pequenos cálices de uma leve cicuta percorrendo os caminhos amassados pelo tempo e deixando como rastro o formigamento do passado esquecido.

É mais um sol que se aproxima do ocaso!

Não se pode deter esse trânsito no tempo que, sorrindo, apenas contempla o dia-a-dia desses vai-e-vem constantes. Os passos empurram e mesmo arcados seguem-se um a um o trâmite burocrático que exige o rigor da passagem e o salto intransponível das incertezas.

É mesmo assim! Aos crentes e aos céticos.

Não sobrarão nem mesmo os agnósticos que, na solidão das suas fraquezas, e no descuido dos seus talvez, terão perdão às seus descasos.

Essa certeza é espada de glória; os fortes quebraram sua lâmina; os fracos não conseguiram empunha-la. Aos inúteis o prêmio da alienação.

Não sejamos inúteis!

O brilho desse sol se foi; antes do ocaso, sei que foi.


Eis a glória! 

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