segunda-feira, 15 de abril de 2013

ALIENAÇÃO PARENTAL: O fim do conceito de família.

Por mais que, hoje em dia, existam informações disponíveis à qualquer classe social; por mais que a internet contribua com a expansão das informações; que os meios de comunicação de massa, a televisão, os jornais, as vizinhas e até os padres e pastores; sem mencionarmos os consultórios de psicologia e de psicanálise, disponíveis à quem possa pagar; embora tudo isso, a mente tacanha de muitos pais ainda estão martelando a inocência de seus filhos.

Aliados à mesquinhez de um pai ou à de uma mãe, estão engrossando o absurdo, àqueles que se somam à esse ou aquele genitor querendo tomar o lugar de quem é único para um filho. Claro com a colaboração da outra parte, pai ou mãe.

Nessa onda do casa-descasa; do junta-desjunta; do fica-desfica, não é levada em consideração a existência de um terceiro na arrumação dos trapos de cada um daqueles que querem se somar à outro, como se a única possibilidades existencial fossem aos pares.

Alienação parental é crime! sem mais conversa. Deveria ser crime hediondo, ainda não é; mas pode ser, dependendo apenas de um PL à Câmara Federal e que, certamente, com passos de tartaruga, deverá tentar fugir de alguma gaveta.

É um absurdo qualquer pai, ou qualquer mãe, querer doutrinar o filho denegrindo a imagem do outro genitor; mas isto existe, mais do que se possa imaginar. É uma tentativa, quando existe disputa de custódia, de querer que o inocente tome parte na beligerante intriga criada por dois adultos que um dia tiveram o privilégio de ter um filho e, ainda hoje, não sabem e não têm consciência da importância dessa emanação divina.

Não sou lá muito favorável a teoria do Psiquiatra infantil Richard A. Gardner que, no início do ano de 1980, tentou "alargar" a teoria introduzindo uma participação da criança nessa confusa mistura de sentimento e ressentimento. Àquela teoria credita à criança o repúdio aos país e isso eu me nego a dar credibilidade, mesmo que a teoria tenha sido descrita em um documento tido como científico e, também, com base em observação. Neste caso, e especificamente neste caso, o que introduz à teoria que a criança possa desenvolver um repúdio à um dos genitores, ou aos dois, carece de base científica, uma vez que a ciência busca respostas em casos de ordem psicológica através de muitas avaliações e observações que duram também vários anos; não é permitido ao cientista ter uma grande margem de erro. O erro deve ser o menor possível e que, certamente, será corrigido a seguir, com mais observações (Gardner fez a observação apenas no início do ano de 1980 e por isso as autoridades da Inglaterra e do Canadá rejeitaram a tese).

O que fica é àquilo que se pode comprovar com maior rigor, e que é observado constantemente, tem cunho científico: Os país, um ou outro, martirizam muitas vezes o filho denegrindo a imagem do outro genitor. Nos Estados Unidos as Varas de Família dão credibilidade a esses acontecimentos e os julgam em seus tribunais.

O conceito de um dos pais tentar separar a criança do outro progenitor como um castigo por um divórcio tem sido descrito pelo menos desde a década de 1940 e no mundo de hoje isso se agravou. Os casamentos são mais volúveis; as separações corriqueiras e os filhos não são levados em consideração quando a decisão de separação beneficia àqueles que um dia acreditaram na união como um laço de família. A família está em decadência; não existem mais compromissos sérios; não existe responsabilidade na geração de um filho. Filho, na verdade, é um objeto de estimação; bonitinho para ser mostrado aos amigos. Quando chegar o momento das dificuldades, e eles chegam, o filho será, sem dúvida, o último a saber e o primeiro a ser prejudicado.

Portanto, não existe mais um conceito coerente de família; o que se tem é o ajuntamento de dois seres que não levam, e a continuar assim nunca levarão, em consideração a geração de uma terceira pessoa, o filho.

Mesmo àqueles que se apoiam na religiosidade e/ou nas religiões, para tentarem definir um modelo de família, não suportariam uma relação desgastada em prol do filho gerado. E o desgaste entre duas pessoas acontece, geralmente, por interesses sentimentais novos. Um novo "amor", uma nova paixão ou até mesmo a possibilidade de evolução material basta para por fim àquilo que, hoje, ainda insistem em chamar de família.

Finalmente, não obstante a inicial controvérsia quando do DSM-IV, que motivou a não inclusão da SAP naquela edição e que o primeiro esboço do DSM-V não a tenha contemplado, hoje existe vasta publicação a seu respeito e muitas autoridades renomadas na psicologia e psiquiatria defendem sua inclusão no DSM-V e no CID-11, ambos a serem publicados.

Um comentário:

Astrid Annabelle disse...

Não me é confortável a idéia de casamentos descartáveis Ira.
Sinto um ar de irresponsabilidade na cabeça dos jovens e nessa uniões atuais.
Sou da moda antiga. Se casou por que escolheu assuma sua escolha. Nem adianta trocar de parceiro/a pois, a verdadeira razão do desamor persistirá...
E sobre as crianças em casas diferentes: meus netos vivem essa realidade...cada um num canto, com um dos pais.
Aos meus olhos e sentidos..sofrível.
E tudo o mais que considerou no seu texto. Muito ruim usar filhos contra pais....
Uma pena. A família será diferente... um universo muito diferente.
Talvez eu deveria ter uma visão mais aberta, mas não consigo.
Beijos
Astrid Annabelle