quinta-feira, 18 de outubro de 2007

CECÍLIAS E SARKOZYS

Sarkozy, o Presidente da França que eu tanto admiro pela sua capacidade de colocar em prática as promessas de campanha, está passando por um momento emocional delicado: a separação da mulher.

Separações são sempre traumáticas, principalmente quando não é nossa intenção o rompimento.

Como Psicanalísta Clínico conheço vários casos semelhantes, mas o pior caso é aquele que nós mesmos enfrentamos; certamente o presidente francês terá seu espírito abalado para governar e deverá redobrar suas forças interiores para superar a crise conjugal e concentrar todas as forças no trabalho. Pelo pouco que conheci Sarkozy deu para saber que tem o DNA dos apaixonados, e pela mulher Cecília sempre ficou claro, em suas aparições públicas, que o amor era intenso.

Tão intenso que ele, o hoje grande e forte Presidente da França, um dia perdoou fugas escusas de Cecília. O perdão muitas vezes tem que vir acompanhado de novos compromissos, principalmente àquele que um dia tinha valor ético: o da fidelidade. Não aconteceu entre Sarkozy e Cecília, não aconteceu com muitos outros casais. Infelizmente o desfecho é previsível: a desunião.

Quando estive estudando em Paris, nos anos 80, por acôrdo com o governo Português, que me concedeu bolsa de pesquisa para investigar "A importância da Língua Portuguêsa como veículo de divulgação da Cultura e do Saber", fiquei morando na Cité Universitaire, na Boulevard Jordan; anos mais tarde voltei àquele lugar e tentei refazer um percurso que se mostrou infrutífero. Continuei insistindo e outra vez retornei à capital francesa, na mesma situação indílica. Em 2005 eu e Sarkozy estávamos em Paris prêsos em outra armadilha emocional: nossas cecílias deram passos em descompasso.

Não invejo Sarkozy hoje; ele está enfrentando o meu ontem. Sei muito bem como se sente!

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