segunda-feira, 6 de maio de 2013

O PENSAMENTO A SERVIÇO DO CORAÇÃO

Todo o ser humano, em qualquer parte do mundo, em um momento de sua vida deixa-se levar pelos pensamentos; estejamos onde estivermos. Divinópolis, Recife, Porto Velho ou Santana do Livramento no Brasil; Elizabeth, Palo Alto ou Montain View nos Estados Unidos; Damaia ou Figueira da Fóz em Portugal; ou em algum canto qualquer que somente o Satéllite Provider poderá localizar, não temos saída, o pensamento estará sempre nos impondo conceitos; lembranças, boas ou más; arrependimentos; saudades; sonhos, feitos, desfeitos ou por se fazer. Uma ditadura imposta a qualquer hora à todo àquele que não souber controla-lo.

É pois, nosso pensamento, o sensor implacável de todos os momentos da nossa vida. Não podemos nos livrar do pensamento; pensamos a todo instante e isso é inerente ao ser humano. Entretanto, podemos controlar o pensamento; podemos direcioná-lo; podemos fazê-lo "trabalhar" em nosso proveito; talvez seja por isso que Osho escreveu certa vez que "a cabeça é um bom instrumento, mas tem de ser usada como um servo - ela não deve ser o mestre".

Parece, nessa visão de Osho, que o pensamento é meramente pragmático, fazendo uma distinção entre o pensar e o amar. Nesse caso, segundo àquele pensador, o ato de amar não é uma ação do pensamento e sim ação do coração, dando à este uma autonomia tal que independe do cérebro para acontecer. "Uma pessoa muito obcecada com o pensamento em  pouco tempo se esquece completamente de que também tem um coração", diz Osho, e completa: "há milhões de pessoas neste estado, sem saber o que significa o coração". 

Essa postura do mais polêmico pensador do mundo contemporâneo transforma o coração não só na máquina que faz pulsar a vida, bombeando a energia vital pelo corpo humano, mas o coloca como o centro da sensibilidade; é o coração responsável pelo amor, seja àquele direcionado às questões pessoais ou àquele no nível metafísico, e faz uma crítica ao pragmatismo daqueles que se deixam levar unicamente pelo pensamento: "uma vez que a cabeça se torne o mestre e o coração seja deixado para trás, você viverá, você morrerá, mas você não saberá o que é Deus, porque não saberá o que é amor".

Para Osho o silêncio é fundamental, pois nos coloca como sujeito em relação ao pensamento e, dessa forma, poderemos controla-lo. A meditação é o caminho. Para meditar esqueça o pensamento, deixe-o fluir sem dar-lhe importância  e concentre-se unicamente no silêncio, no vazio, no nada. Imagine-se numa "tábula rasa" e a partir daí seja meramente um espectador.

Parece difícil, mas é bem provável que todo àquele que começar a fazer essa distinção, entre o cérebro e o coração, transformará o pensamento no mais perfeito instrumento para servir-lhe.

Podemos começar com um conselho do próprio Osho: "Então, silencie e observe".

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