quinta-feira, 23 de agosto de 2007

OS INOCENTES

Hoje iniciou no STJ as discussões em torno dos processos que ficaram conhecidos pelo neologismo do Roberto Jefferson e suas derivações: "mensalão", "mensaleiros", "mensalinho" e por ai vai. Na fila do espetáculo nomes famosos de ex-ministros, ex-deputados, passando por alguns reeleitos, empresários e por aí vai. Sessões que irão se arrastar, quem sabe, até segunda feira, com possibilidade de Câmeras, flahs e reportagens de capa de revistas, pasquins e jornais.

Os acusados já se defendem com publicações em sites, blogs, entrevistas e o que mais aparecer.

Zé Dirceu, pelo que parece, calou! O guerrilheiro de Fidel, não podemos esquecer, é bom estrategista e nesse momento o silêncio é melhor.

Roberto Jefferson, como todos ja conhecem, abriu o verbo e não tem o que faça o homem parar de falar. Ótimo tribuno e, pelo que parece, "entendedor" das leis, por isso as utiliza bem e, claro, em seu favor, colocou a "boca no trombone" quando sentiu que estava perdido em 2005 e não mais calou. Recebeu até um "afago" de Fernando Henrique que teria dito que se Jefferson não fizesse o que fez, "tudo estaria como dantes no quartel de abrantes" (ditado surrado sempre na ponta da língua de FHC).

Tanto Bobby Jefferson quanto seus colegas de parlamento sabem que a marucutaia não é só essa que aí está apregoada; até o Procurador Geral já anunciou que vai apresentar novidades se o processo for aceito.

Roberto Jefferson não está nada satisfeito em ter sido denunciado como sendo um dos 40; com sua sempre tão aformoseada linguagem já disse que não confia em "homem que vive genuflexo em sacristia e papando hóstia", referindo-se ao Procurador Geral que o colocou no banco dos réus.

Mas agora todo mundo é santo, todo mundo é inocente. Claro que existem alguns que serviram como "bola da vez"; no meio de tanta baderna acusavam quem estivesse pela frente; bastava ser deputado para poder levar um "brinde" simplesmente pelo pecado de ser desavisado, desprecavido, sem malícia, "marinheiro de primeira viagem". Lá, na Câmara Federal, tem que saber rebolar, é um baile de cobras; não é lugar para "moscão", embora tivessem alguns, e que foram "brindados" com acusações descabidas, mentirosas e esdrúxulas. Mas, depois do mal feito, das noticias de jornais e TVs, do "disse-que-me-disse" a tarefa do Procurador Geral é só acusar, e quem estiver no ról que se vire.

Os raposões vão gritar inocência, os verdadeiros canalhas, ladrões, corruptos vão esbravejar; são "experts" em processos porque já respondem a muitos, mas pobre daqueles que estavam "a deriva" por lá e receberam de brinde uma acusação. Provas? para que? bastava pronunciarem o nome de um deputado de primeiro mandato, por exemplo, e o escândalo estava montado. Se não fosse do grupo dos raposões já se enrredava nas próprias explicações.

Bobby Jefferson utilizou o termo "bagrinho" para àqueles que entraram de "gaiato" nas muitas confusões que permearam a 52ª legislatura onde quase ninguém escapou de uma ou de outra acusação, de um ou de outro escândalo. Depois, mesmo absolvidos por falta de provas; mesmo com CPIs, CPMIs e Conselho de Ética engavetando acusações por falta de consistência, o mal já estava feito e o ônus é se explicar nos tribunais.

Pois o mensalão está agora nos tribunais, e são 40.

Resta saber onde anda o Ali-babá! E se são mesmo esses os 40; ou se são outros; ou se tem mais alguns...

Já li em jornalecos interioranos, na internet e pelos corredores da Câmara nomes de raposões que não aparece na lista dos 40; outros que se safaram usando as moedas de troca e até alguns que o Criador já mandou se recolher.

Vamos aguardar...

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