quarta-feira, 8 de agosto de 2007

VACA SAGRADA

Quando Cristovão Buarque foi Ministro da Educação, eu mantive com ele um excelente diálogo visando a contribuir com os projetos educacionais que ele estava por implantar e aqueles que eu tinha para apresentar como Projetos de Lei na Câmara Federal; Cristovão, Senador, Ministro, Governador do DF e, principalmente, além de político, um educador de primeira linha, estava prestes a efetivar a tão propalada EDUCAÇÃO DE QUALIDADE que nós, cidadãos brasileiros, preocupados com o futuro de nosso país, tanto esperamos.

Mas, o homem certo para o MEC não era o homem certo para os planos e os acôrdos políticos feitos a cada eleição.

Foram-se por terra os planos de Cristovão para a educação; uma simples ligação telefônica o alijou da mais árdua, e também a mais necessária, tarefa de um governo: educar para o futuro; educar para possibilitar um país forte e livre!

Os acôrdos políticos levaram Tarso Genro a ser Ministro da Educação, numa tentativa risível de substituir o Professor Cristovão, a mais alta autoridade educacional que o governo Lula teve em seus quadros.

Tarso, meu antigo conhecido dos tempos de Rio Grande do Sul; dos velhos debates no Instituto Goethe; dos seminários; e pelo menos um deles eu coordenei, com a presença tanto do Adelmo, seu falecido irmão, quanto do Fogaça, que foi Senador e que hoje está a frente da Prefeitura de Porto Alegre mas que, naquelça época, ainda tinha cheiro de professor, pelo menos de cursinho; e do próprio Tarso, advogado, mas que, por ter escrito um livro em parceria com seu irmão, se entretinha a falar e a debater, através do seu Centro de Debates Populares. Para mim, saudosos Seminários, saudosos encontros e debates, com a presença de alunos e professores da PUCRS; para eles, coisas esquecidas no passado pois, creio, nem mais lembram daqueles tempos.

Pois Tarso acabou sendo Ministro da Educação, e como era esperado, ficou como um peixe fora d'água, alí não era o seu meio. Foi salvo pelo Haddad, técnico, que pelo menos deu conta, em parte, do recado; fazendo, claro, apenas a lição de casa.

Nada de novo no MEC; nada de inovador; nada de sério; nada de Educação de Qualidade; apenas floreios e muita conversa fiada, coisa que os políticos daquela geração fazem muito bem (estou querendo acreditar que existem políticos de uma outra geração; já sei, prezado leitor, meu onirismo extrapola a realidade, mas, tem outra coisa a fazer senão sonhar?). Pois, infelizmente, a educação no Brasil continua sendo aquela mesma e velha "vaca sagrada" (termo de meu grande orientador, amigo e professor, já falecido, Maximiliano Menegolla); ou seja, ninguem mexe, ninguem tem coragem de propor mudanças e, principalmente, ninguem muda e não vão mudar nos proximos 400 anos.

Sursum ergo sum.

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